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terça-feira, 12 de setembro de 2017

O BDSM E AS PESSOAS ESPELHO.

VIVENCIANDO O BDSM DA SUA FORMA!




Lembro-me de uma história que me fez refletir muito sobre os vários tipos de pessoas que existem na humanidade. Uma senhora evangélica procurou o seu pastor com uma dúvida muito grande disse ela: "Pastor é pecado ter relações sexuais pelo ânus com o meu marido?" O sacerdote então enfaticamente respondeu: "o ânus foi feito para expelir o que não presta do organismo e não é um órgão sexual, logo é pecado, nunca faça, pois estará desagradando a Deus!"Depois de um tempo o casal se separou, creio em virtude de muitos outros problemas também, a senhora saiu desta Igreja... 
O que me fez refletir, é como as pessoas tem a necessidade que outros venham a lhe dizer como agir e como usar a sua sexualidade. 
Nós bdsmers diríamos: "Nós nunca faríamos isto! Aconselhar como se relacionar sexualmente!"Só que muitos fazem isto o tempo todo: "quem faz isto não é bdsmer, aquilo é baunilha apimentado, prática assim ou assada não é admissível que se faça....etc. Gostamos de agir como aquele pastor com a sua ovelha, dizer o que fazer e como fazer, como a pessoa pode viver a sua sexualidade! Se a sexualidade fosse que nem receita de bolo era só seguir e ser feliz (sqn) , é uma descoberta diária!
Há uma escritora que releu a psicologia de Young, Joanna de Angelis 1, ela tem uma expressão que gosto muito: homens espelhos.
 "Homens espelhos são aqueles que não tendo identidade própria refletem o modismo, as imposições, as opiniões alheias"2 

É muito cômodo seguir normas e regras, pois evita de pensar e tomar decisões. A liberdade gera angústias, mas é o preço da felicidade possível e da liberdade!


Muitos iniciando no BDSM, em busca de informações e de se descobrir, se depara com muitos dogmas- como se fosse uma religião; isto pode, isto não pode. Certo é que por ser uma prática que há muita entrega e algumas práticas tem risco, o conhecimento, cuidado e a consensualidade são fundamentais, mas cada relação é uma, como cada ser humano é um, a expressão da sexualidade é pessoal. Não existe forma de bolo, mas expressão de desejos e da líbido!
Sei que os dogmáticos vão odiar este texto, mas para estes que gostam de dizer o que fazer e como , digo: reflitam, se tendo conhecimento do BDSM e dos cuidados essenciais, se a liberdade não é o que move este modo de vida, por mais paradoxal que seja. Dominadores e livres, escravos e livres em seus desejos! 
Vivamos o BDSM , tendo todos os cuidados e a consensualidade, da forma que desejarmos e que nos faz realizados!


Marcelo Santos

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