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sábado, 1 de outubro de 2016

BDSM: POR QUE SOMOS BDSMERS?

COMO NOS TORNAMOS BDSMERS?!

Esta talvez seja uma das perguntas mais relevantes sobre o porquê de se ter determinados desejos e fetiches! Vamos caminhar por três leituras, a primeira a psicanalítica, a segunda sociológica e a terceira a espírita.

A primeira, a psicanalítica 1. A partir da leitura da psicanálise, o ser humano é fruto das relações de afeto que o envolveram principalmente na primeira infância. De acordo com Freud, o ser humano tem uma quantidade limitada de energia, se a usa para as artes, ou para o trabalho, ou outra atividade em que se dedica demais, com isto irá deixar a desejar em relação a expressão sexual, ao mesmo tempo em que a sexualidade precisa se manifestar, irá se apresentar onde mais nos dedicamos, se um artista o ato de pintar como um ato sexual, se no esporte o mesmo... 
É uma compreensão simples, se tenho 10 balas e uso 7 vão sobrar só 3 para outra atividade, por isso que vemos problemas quando uma pessoa trabalha demais, seu desempenho sexual normalmente é medíocre!
Duas fases vão nos gerar uma análise mais aprofundada: a fase oral e a fase anal. A fase oral que vai do nascimento até aos 2 anos, é quando a criança começa a sentir o sabor das coisas, e a boca é o mecanismo de identificação com os objetos, começa a mastigar, comer, cuspir, o nascimento dos dentes e a dor está ligada a esta fase. Por algum motivo , alguns tiveram esta fase potencializada, e a dor/prazer ficou extremamente aguçada, teríamos aí uma possibilidade do surgimento da pessoa submissa e do masoquista.
Com o nascimento dos dentes, a dor do nascimento deles passou, e agora se entra na fase sádica ou seja na fase anal. Além de poder infringir dor na mordedura, começa a aprender a controlar o esfincter, estamos falando de 1 a 3 anos de idade. O prazer em defecar, é uma fase também que se aprende a lidar com a frustração. Se a fase oral é marcada pelo prazer/dor na anal é prazer em infringir/dor. Se aconteceu algo que potencializou uma dessas duas podemos ter a origem de comportamentos masoquistas e sádicos, ou foi de forma mais leve  submissos e Dominadores. É importante entender, que cada pessoa é um universo, esta leitura é geral e superficial- precisaríamos de uma análise bem acurada e profunda para de fato chegarmos a um veredicto, porém é uma leitura válida e importante de se conhecer. Alguns casos a influência foi tão grande desta época da infância, que se sente a necessidade e muito prazer coma as chuvas- chuva dourada e a marrom, como expressão máxima de prazer!

(Neste quadro vemos as fases oral e anal, ele coloca o sadomasoquismo como anal, eu diferencio uma surgindo na fase oral- o masoquismo; a outra surgindo na fase anal - o sadismo e atingindo o ápice das duas no anal retentivo)

A segunda a sociológica. Gosto muito do estruturalismo 2, que busca através da causa chegar a origem. Imaginemos uma criança em que desde a tenra infância convive com uma repressão muito grande, A figura paterna omissa, a mãe super controladora. A criança reprimida nos seus mínimos desejos, o prazer em não ter prazer, a capacidade de decisão quase que anulada pela figura materna que tudo decide. Pode gerar duas consequências: ou a identificação com a mãe, como modelo de vida e de estrutura psíquica, gerando uma Domme , Dom, ou a anulação da capacidade de se expressar e o prazer em dar prazer em não ter prazer, podendo gerar um masoquista ou um submisso(a). O inverso também é possível, um pai controlador, severo e a mãe submissa, a criança se identificando com um deles. Sendo que a expressão sexual se manifesta através dos papéis de poder!

A terceira a espírita. O espiritismo tem como base o progresso humano (a lei do progresso), e a evolução é um  instrumento para que isso ocorra. Somos seres imperfeitos e maus. Reencarnamos inúmeras vezes e já fizemos atos que nos envergonharíamos de nós mesmos e não teríamos condições de viver nessa vida se nos lembrássemos de tudo que já fizemos. O esquecimento de vidas passadas é uma benção! Já fomos senhores e escravos, guerreiros e prisioneiros.
Estas vidas passadas de alguma forma ficou muito marcada em nosso interior e surgiu como pulsão nesta vida. Ao vivenciarmos a posição de Dom/sub, Domme/sub é como purgar, por vivenciar - hoje de forma consensual , certamente que não foi no passado- e poder aliviar as dores de vidas passadas como um grande alívio existencial- espiritual. Este passado ainda está muito latente em nós, por isso títulos de nobreza: lord, sir, rainha, rei, lady entre outros, são usados muito frequentemente no meio BDSM, como a vivenciar um tempo que ficou marcado a ferro e fogo em nosso interior.

Todos estes tópicos são uma leitura e uma contribuição para reflexão. É apenas o início de muitos estudos e análises, mas temos que iniciar e compartilhar, para que outros pensando também nos façam cada vez mais compreender o fascinante mundo do BDSM.





Marcelo Santos

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