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segunda-feira, 15 de maio de 2017

BDSM E DEPRESSÃO!

A ACELERAÇÃO E A DEPRESSÃO.


Para os índios Sioux depressão é perder a alma.”

Vendo uma palestra da psicanalista Maria Rita Kehl na USP, quando abordava este mesmo tema, aceleração e depressão...literalmente voei numa reflexão dentro do mundo BDSM.


Vivemos um tempo em que estamos extremamente acelerados, é o celular, é o carro , o sms, o whats, os filhos, a família, o emprego...parece que não vivemos só reagimos aos estímulos e se por algum momento nos distraímos em pensar no amor, numa sessão, em algo prazeroso...podemos bater o carro, digitar errado ou falar algo que não devíamos. Esta aceleração exagerada, faz com que a noite a libido esteja lá em baixo, a insônia como amiga constante, não temos tempo... não temos tempo...não temos tempo... parece a frase do momento.


Só que o interior do ser humano cobra. Não temos tempo nem para nós mesmos...o tempo voa, as semanas passam, os sonhos se adiam, e a tristeza vem....melancolia, ansiedade.... depressão. Pensamentos mórbidos começam a povoar a mente: “E se eu morrer!” “Se o trem bater!” Se eu pular do metrô!” e por aí vai!

A aceleração na vida moderna , não há como fugir, mas podemos selecionar e focar.


Quem é Bdsmer, sabe que não existe sessãozinha...uma rapidinha...O tempo numa sessão, sua preparação, seu desenrolar, são horas, 4,6, 8 h...com intervalos às vezes, mas é mt mais longa do que qualquer relação baunilha. Se existe uma aceleração na vida diária, numa sessão ocorre uma desaceleração, dependendo do nível de dor-prazer, quantidades significativas de neurotransmissores são lançados na corrente sanguínea, e a relação de tempo de fato desaparece...1 h parece 5 min. 

Um deprimido após uma sessão bem feita, sente-se livre , leve e pleno. O perigo que, embora sejam drogas produzidas pelo nosso corpo tb vicia...e chega momentos quando acontece um espaçamento grandes de sessões de gerar crises de abstinência.

Se a aceleração pode causar a depressão, uma vida bdsmer pode ser terapêutica, sem acelerações, vivenciando quem se é, colocando para fora fantasmas, medos e desejos.

Se a sociedade contemporânea nos força a ser quem não somos, o BDSM te abre espaço para ser quem se é, sem máscaras, mas com intensidade e força. O BDSM pode funcionar como um psicodrama, levando os seus participantes a um equilíbrio e um descobrimento maior de quem se é de verdade, e do que se quer... e ouso dizer, que pode até contribuir muito para curar depressões profundas, pois gera autoconhecimento e como diz o Mestre: “ conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.”

Viva e seja feliz!


Marcelo Santos






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