A ACELERAÇÃO E A DEPRESSÃO.
“Para os índios Sioux depressão é perder a alma.”
Vendo uma palestra da psicanalista Maria Rita Kehl na USP, quando abordava este mesmo tema, aceleração e depressão...literalmente voei numa reflexão dentro do mundo BDSM.
Vivemos um tempo em que estamos extremamente acelerados, é o celular, é o carro , o sms, o whats, os filhos, a família, o emprego...parece que não vivemos só reagimos aos estímulos e se por algum momento nos distraímos em pensar no amor, numa sessão, em algo prazeroso...podemos bater o carro, digitar errado ou falar algo que não devíamos. Esta aceleração exagerada, faz com que a noite a libido esteja lá em baixo, a insônia como amiga constante, não temos tempo... não temos tempo...não temos tempo... parece a frase do momento.
Só que o interior do ser humano cobra. Não temos tempo nem para nós mesmos...o tempo voa, as semanas passam, os sonhos se adiam, e a tristeza vem....melancolia, ansiedade.... depressão. Pensamentos mórbidos começam a povoar a mente: “E se eu morrer!” “Se o trem bater!” Se eu pular do metrô!” e por aí vai!
A aceleração na vida moderna , não há como fugir, mas podemos selecionar e focar.
Um deprimido após uma sessão bem feita, sente-se livre , leve e pleno. O perigo que, embora sejam drogas produzidas pelo nosso corpo tb vicia...e chega momentos quando acontece um espaçamento grandes de sessões de gerar crises de abstinência.
Se a aceleração pode causar a depressão, uma vida bdsmer pode ser terapêutica, sem acelerações, vivenciando quem se é, colocando para fora fantasmas, medos e desejos.
Se a sociedade contemporânea nos força a ser quem não somos, o BDSM te abre espaço para ser quem se é, sem máscaras, mas com intensidade e força. O BDSM pode funcionar como um psicodrama, levando os seus participantes a um equilíbrio e um descobrimento maior de quem se é de verdade, e do que se quer... e ouso dizer, que pode até contribuir muito para curar depressões profundas, pois gera autoconhecimento e como diz o Mestre: “ conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.”
Viva e seja feliz!
Marcelo Santos
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